Submarino Titan: Empresário Ignora Alertas de Especialistas Sobre Segurança da Embarcação

Novos detalhes surgiram sobre o trágico incidente envolvendo o submarino Titan e seu dono, o empresário americano Stockton Rush, de 61 anos. Trocas de emails obtidas pela rede britânica BBC revelaram que Rush ignorou diversas mensagens de especialistas que alertavam para a insegurança da embarcação antes do fatídico mergulho no oceano Atlântico.

Um dos alertas foi feito por Rob McCallum, especialista em exploração em alto mar, que acusou Rush, em 2018, de colocar a vida dos clientes em risco. McCallum sugeriu que as expedições com o submarino Titan fossem suspensas até que o veículo recebesse certificações de órgãos independentes, afirmando que o empresário estava colocando a si mesmo e seus clientes em uma situação perigosa.

Os destroços do submarino Titan foram encontrados recentemente, confirmando que houve uma “implosão catastrófica” devido à perda de pressão da embarcação, conforme relatado pela Guarda Costeira dos EUA. Cinco pessoas estavam a bordo para uma expedição aos restos do Titanic.

A OceanGate, empresa responsável pelo submarino, afirmava que o veículo era inovador e, por isso, não atendia aos padrões de certificação. Em resposta aos alertas de segurança, Rush afirmou estar cansado de lidar com críticas e considerou os argumentos de segurança como um insulto pessoal. A troca de emails foi interrompida após os advogados da OceanGate ameaçarem entrar com uma ação judicial contra McCallum.

No entanto, McCallum não foi o único a alertar Rush sobre os riscos do submarino Titan. Um comitê de veículos subaquáticos da Sociedade de Tecnologia Marítima também enviou uma carta ao empresário em 2018, alertando sobre possíveis consequências “catastróficas” devido à abordagem experimental do projeto.

O incidente continua sendo investigado por especialistas dos EUA e do Canadá, e ainda não é possível determinar exatamente quando ocorreu a implosão. O submarino, que era controlado por um sistema semelhante ao de videogames, contava com um interior apertado e simples. Estavam a bordo do Titan o empresário britânico Hamish Harding, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Suleman Dawood, além do mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, especialista no Titanic.

A tragédia levanta questões sobre a segurança das expedições subaquáticas e reforça a importância de seguir rigorosos padrões de certificação. Enquanto as investigações continuam, a OceanGate enfrenta críticas por sua abordagem inovadora, mas arriscada, na exploração dos destroços do Titanic.